domingo, 13 de maio de 2012

Prova de Aferição de Matemática


AFERIR O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
Penso que a prova de aferição de matemática do 4º ano, mais que difícil, foi (é) desadequada ao percurso real que os alunos, de uma maneira geral, conseguem fazer na sala de aula. Vi a prova bem estruturada, de acordo com o novo programa, mas feita por pessoas que devem desconhecer a realidade das salas de aula no 1º CEB, em Portugal. O tempo real que os alunos levam desde a compreensão dos enunciados até à resolução das situações, não é de maneira nenhuma o proposto (45m+ 45m) e muito menos, em situação de "tensão". Por outro lado, os comentários que ouvi de pessoas ligadas às Associações de Professores de Matemática, levam-me a pensar que a) ou essas pessoas estão desligadas do terreno, e /ou do 1º CEB, desconhecendo a realidade da "massa" que são os nossos alunos no dia-a-dia, ou têm turmas com níveis de desempenho homogéneo (Bom e muito Bom), c) ao longo do ano só trabalharam matemática descurando as outras áreas. Também fica a hipótese de serem e terem alunos "geniais", o que não é para todos...
Tenho para mim, que “provas de aferição” no atual contexto, valem o que se quiser que valham, quer para pais, quer para professores, quer para o próprio Ministério da Educação. A sério, a sério, cabe a cada um de nós, os que acreditamos num ensino público de qualidade, pugnar pela continuação de um processo de ensino/aprendizagem, consentâneo com a ideia, que a possibilidade de aprender “bem” deve ser para todos, sem selecção à partida. Para seleccionar os do “sucesso” e do “insucesso” contribuirão grandemente os meios de origem e as capacidades de cada um. Por isto, faz-se por vezes mais do que se pode… Assim o fizessem também as estruturas do poder e afins!

Conceição Coelho